Raiz - 157 -

Minha solta raiz
Tua seiva escassa
No deambular da procura

Bamboleias ao sabor do vento
Com a corrente mudas
Oscilas com as marés

Esvai-se o tempo em
Paradouros  improváveis
Fictícios chãos.

A que terra firme irás
Ancorar, criar, amar, e
Na sombra da tua árvore
Deleitares-te

De dia recolherás sonhos
À noite trabalhará silêncios
A alcançar estrelas, e
Então moldarás tua forma.

Bento Elias

TANGO

“CONSTATAÇÕES “
2008 /Outubro/ 30
TANGO_ver01 – Casa da América Latina
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TANGO


Esvoaça ave negra
cerra os olhos
e em bico de pés,
plana.


Enlaça-te vá,aprisiona-te
e em rodopios voa
gracioso pássaro.

Entrelaçados membros
não te tolhem movimentos,
desnudam-te.

Oscila vá, contorce-te
e em elipses maravilhadas
esculpe poemas na pista.

Tua dança
galopa pelo salão
teu cabelo
crinas ao vento

Médium na - te negra ave, vá.
incorpora fracções da passada
e na leveza esfuma-te.

Etereamente
captarei tua imagem
e visões recuperarei
ao voltar a este chão.

Bento Elias

Há um sítio

Há um sítio por onde caminho
e me leva num tapete verde
a recônditos do meu esquecimento

e oiço musicas… do alto da minha pedra.

Há um sítio
no meu esquecimento
a que me encontro em lapsos de tempo
e por caminhos me transporta

e carícias toco … no fundo do meu ser .

Há um sítio
por onde o vento bate
e me leva em ondas verdes
a cálidos mares, areias finas


e alcanço espumas … esbatidas no tempo.

Há um sítio
que me agarra a céu aberto
e apresiona a terra de lânguas
de nenúfares coberta

e odores recolho … a perfumar existências .

Bento Elias